Só se você quer aprender mais rápido e melhor.

Quando o seu listening não está bem desenvolvido, o esforço para aprender qualquer coisa é muito maior, para ter um resultado menor (ou de menor qualidade).

Se você não trabalha o listening, para aprender uma frase simples como “I got it”, você passa por todo um processo consciente – porém limitado – de aprendizagem. Normalmente o caminho que você leva é:

– Você vê a frase em algum lugar ou alguém te apresenta a frase

– Você descobre a tradução é “entendi” (dentro do contexto que você a viu)

– Você fica confuso porque achava que “entendi” era “ I understand” ou “I understood”

– Se você for mais a fundo descobre que é uma expressão, uma forma mais natural e informal de dizer que entendeu.

– É possível até chegar a estudar a parte gramatical, que “got” é o passado do verbo “get”, que você já viu em várias outras frases com outros significados, o que pode te deixar ainda mais confuso.

– Você passa a usar a frase, porém com dificuldade porque como não trabalhou o listening, não sabe pronunciar corretamente. E pois mais simples que seja, a pronúncia dessa frase não tem nada a ver com a forma que ela é escrita.

– Se você identifica essa dificuldade e entende a importância de pronunciar bem, você busca formas de melhorar.

– Se você não identifica essa dificuldade ou não liga muito para isso, você continua falando errado, ou até evita falar para evitar o erro.

Consegue perceber o quão longo e não natural é esse processo? E que mesmo com toda essa energia gasta, o resultado final não é bom. Agora quando você aprende essa mesma expressão através do listening, o processo é completamente diferente:

– Você escuta a frase em algum lugar

– Você entende o que ela quer dizer, antes de tudo pelo contexto

– Talvez você nem entenda as palavras, mas reconhece o som pronunciado “agóri” e entende o que ele quis dizer sem esforço

– Você ouve essa frase se repetindo diversas vezes nas coisas que escuta, sempre associando o sentido com o contexto em que é usada

– Você vê a frase escrita, ou porque apareceu naturalmente em algo que estava vendo ou porque buscou entender melhor a frase – a sua associação é imediata

– Você passa a usar a frase, pronunciando exatamente como viu, pois é assim que você se acostumou com ela.

– Além da boa pronúncia, em uma situação em que precise expressar que entendeu algo a frase sai automaticamente, ou seja, você não precisa pensar, lembrar e escolher a frase conscientemente. Isso acontece porque o seu cérebro se acostumou a ouvir essa frase dentro desse contexto, então quando você vive o mesmo contexto ele traz a frase de forma automática e você responde espontaneamente.

Muito melhor né? Além de exigir menos esforço, o resultado é incomparavelmente melhor quando você aprende através do listening.

Um exemplo um pouco menos óbvio sobre essa diferença é quando você vai aprender uma nova estrutura gramatical. Sem trabalhar o listening você depende 100% da explicação teórica e exemplos de frases escritas e exercícios, o que muitas vezes é confuso e parece complexo pela falta de associação com o uso real dessa estrutura. Nesse sentido, o entendimento se torna muito mais fácil quando você já está acostumado a ouvir essa estrutura sendo usada em situações reais – em filmes, séries ou vídeos em geral – o que só é possível se você tiver uma habilidade de listening já bem desenvolvida, ou no mínimo em processo de desenvolvimento, para que tenha esse hábito de ouvir muitas coisas em inglês e conseguir observar e absorver com o que está ouvindo.